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Os Trigonum e Síndrome do Impacto Posterior


O Os Trigonum :

O tálus é o principal osso de conexão entre o pé e a perna, está envolvido em vários planos de movimento e é responsável pela transferência das forças de pressão e tração para o pé.

Ele é composto por 3 partes: a cabeça, o colo (pescoço) e o corpo. A maior parte de sua superfície (2/3) é coberta de cartilagem. A cabeça articula-se anteriormente com o osso navicular, responsável pelo movimento do pé para esquerda e para a direita (adução e abdução); o corpo articula-se inferiormente com o calcâneo, responsável pelo movimento para dentro e para fora do pé (inversão e eversão) e, em sua porção superior, articula-se os ossos da perna (fíbula e tíbia), responsável pelo movimento para cima e para baixo (dorsiflexão e flexão plantar) do tornozelo.

O colo não possui cartilagem articular, conecta a cabeça ao corpo e recebe inserções ligamentares e capsulares, além de ser um local importante para a vascularização do tálus.



Na porção posterior do tálus existem dois tubérculos proeminentes, que se calcificam por volta dos 10 anos de  idade.  O tubérculo lateral é normalmente maior e mais largo que o medial. Na incisura formada entre esses tubérculos passa o longo tendão do músculo flexor longo do hállux, o principal tendão que movimenta o “dedão” para baixo.

Quando o tubérculo lateral se desenvolve de forma muito alongada é chamado de Processo de Stieda.

Quando o tubérculo lateral não se funde com o tálus, durante o seu desenvolvimento, ele forma um osso acessório separado, chamado de Os Trigonum.

O nome Os Trigonum foi dado pela sua conformação mais comum, a triangular, mas ele pode apresentar variados tamanhos e formas.


O Os Trigonum está presente em torno de 20 % da população e acomete os dois pés em 50 % das vezes. Normalmente é assintomático, não provoca dor, limitação de movimento ou qualquer outra queixa. Além disso, é muito comum sua visualização em exames de imagem do pé ou tornozelo como um achado casual.

O Os Trigonum também pode ocorrer através da fratura do processo de Stieda. A fratura do tubérculo lateral pode acontecer através de uma entorse, impacto ou trauma do tornozelo e, muitas vezes, é difícil diferenciar uma fratura do tubérculo lateral de um Os Trigonum preexistente, principalmente se a fratura for antiga.

 


A Síndrome do Impacto Posterior:

A Síndrome do Impacto Posterior é o conjunto de sintomas relacionados ao mecanismo de compressão e impacto posterior entre a tíbia, o tálus e o calcâneo, principalmente no movimento de flexão plantar do pé.




A síndrome do impacto posterior afeta principalmente atletas jovens, jogadores, dançarinas de balé ou trabalhadores que exerçam atividades que exigem a flexão plantar do pé.

A queixa de dor ou desconforto é referida atrás do tornozelo, principalmente com o movimento de flexão forçada, como no uso de salto alto, ao ficar na ponta dos pés ou ao descer terrenos inclinados. Pode existir edema (inchaço) e formação de hematoma (mancha roxa), principalmente nos casos de fratura aguda do tubérculo lateral do tálus.


  


Os sintomas podem iniciar após alguma atividade extenuante de repetição, posturas específicas de dança ou esporte, algum trauma ou entorse do tornozelo.

A tendinite do flexor longo do Hallux (dedo maior do pé) é frequentemente associada com a síndrome do impacto posterior, pois seu trajeto está anatomicamente relacionado com o tubérculo lateral. A pressão ou atrito exercido pelo Os Trigonum no tendão pode ocasionar sintomas de travamento (gatilho) ou dor no tornozelo ao forçar a flexão do Hallux.



O exame de raio X é essencial e suficiente para o diagnóstico. Exames mais detalhados, como a tomografia computadorizada ou a ressonância nuclear magnética, podem ser solicitados para avaliar mais precisamente a anatomia e diagnosticar outras lesões associadas.

O tratamento conservador do impacto posterior baseia-se no uso de antinflamatórios, gelo local, imobilização rígida, limitação das atividades de impacto e, muitas vezes, a retirada temporária do apoio do membro afetado.

O tratamento cirúrgico é a ressecção do processo de Stieda ou do Os Trigonum, indicada quando não há melhora ou recidiva sintomática após tratamento conservador.

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