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Pé Plano na Infância


O pé plano (pé chato) na criança sempre gera dúvidas e preocupações nos pais, é o motivo mais comum das consultas e dos encaminhamentos para avaliação ortopédica durante a infância.

 

 

O bebê recém nascido possui grande flexibilidade estrutural; seus ossos são formados por matrizes de cartilagem, que ainda não estão calcificadas, seus ligamentos são elásticos e a musculatura é pouco desenvolvida. Além disso, existe um acúmulo de gordura na planta dos pés. Por esses motivos, os pés de um recém nascido são muito flexíveis e apresentam-se planos ou, até mesmo, levemente convexos.

 

           

 

Durante o crescimento, a criança passa por várias fases de aprimoramento e evolução até conseguir caminhar e correr com segurança. Nesse período, são muito importantes a sensibilidade tátil e o estímulo do contato com o solo para a formação do pé (ver: O desenvolvimento do Pé na Criança).

 

 

Toda criança, durante os primeiros anos de vida, apresenta graus variáveis de pés planos.

 

 

O arco plantar começa seu desenvolvimento por volta do quarto ou quinto ano de vida, quando a musculatura está em pleno desenvolvimento, o esqueleto torna-se mais rígido e os ligamentos menos elásticos.

A formação do arco plantar possui grande influência genética e está relacionada com o grau de flexibilidade ligamentar de cada família, isto é, existem fatores genéticos que passam de pai para filho e que determinam o grau de flexibilidade dos ligamentos e das articulações.

O desenvolvimento do pé acontece concomitante com a fase de crescimento e amadurecimento esquelético. Nas meninas, o pé completa sua formação por volta dos 14 anos; nos meninos, estende-se até os 16 anos.

No exame físico existem alguns testes simples para avaliar a gravidade do pé plano e se existe algum grau de rigidez articular associada. Exames radiológicos são complementares.

A impressão podométrica ajuda a classificar o pé plano e visualiza a forma e a área plantar durante o apoio.

 

 

O teste ao ficar na ponta dos pés nos auxilia a verificar a capacidade de correção do arco plantar e a mobilidade subtalar; assim como o teste de Jack, que é a correção do arco plantar quando fazemos a extensão passiva do hálux (dedão).


 

      

 

Os fatores mais importantes a serem avaliados durante o período de formação e estruturação do pé é a presença de DOR e a RIGIDEZ das articulações envolvidas.

O pé plano flexível assintomático (sem dor e sem rigidez) não é uma doença, é uma variação anatômica determinada geneticamente. Cerca de 10 a 20% dos adultos possuem pés planos (pés chatos), sendo mais comum na raça negra, e não ocasionando nenhum sintoma, nenhuma queixa ao portador.

Com o crescimento da criança, o pé pode vir a tornar-se sintomático (pé plano flexível sintomático), isto é, ocasionalmente pode vir a ocorrer dor, principalmente após alguma atividade física mais intensa. Isto acontece por fadiga, exaustão, da musculatura intrínseca do pé, forçada a sustentar e estabilizar um pé mais flexível durante um maior esforço.

Algumas crianças necessitam de tratamento para o pé plano flexível, principalmente se apresentarem sintomas de dor ou desconforto nas atividades diárias.

A fisioterapia e o alongamento ajudam a dar condicionamento e reforçam a musculatura envolvida na sustentação e movimentação do pé durante a marcha e para a prática de esportes.

O uso de palmilhas para sustentação do arco plantar não altera a forma e não vai mudar o desenvolvimento do pé. Ela simplesmente mantém o pé em uma posição mais confortável e mais equilibrado dentro do sapato. Muitas vezes melhora a dor ocasionada pela fadiga muscular.

 

 

Em raros casos, o tratamento cirúrgico é indicado quando os sintomas não podem ser controlados com fisioterapia, palmilhas ortopédicas e mudanças de calçados. A cirurgia para o pé plano flexível deve ser a última opção de tratamento.

Algumas doenças mais raras podem estar associadas ao pé plano, nesses casos existe uma maior gravidade da deformidade. Paralisia cerebral, mielomeningocele, neurofibromatose e síndromes como Down, Marfan, Ehler-Danlos e Larsen, são alguns exemplos relacionados.

 

       

Síndrome de Down                                                                               Síndrome de Marfan

 

Já o pé plano, com rigidez das articulações (pé plano rígido), pode estar associado com fusões ou deformidade ósseas congênitas dos pés (ver: Coalizão Tarsal). Nesses casos ocorre perda do movimento de inversão e eversão do pé (para dentro e para fora) e a dor dificulta a prática de esportes ou outras atividades físicas. O tratamento do pé plano rígido, na grande maioria das vezes, é cirúrgico.

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